VITOR ABRE O JOGO



Oi,
E como prometido, a nossa primeira entrevista. Ele nasceu em Petrópolis -RJ, em 1977. É do signo de Capricórnio e já foi professor de Língua Portuguesa. Está solteiro (oficialmente), mas com o coração bem casado (nas palavras do próprio). Senhoras e senhores o “rei do melão” (piada interna da redação): Vitor Santos de Oliveira, ou Vitor de Oliveira (é assim que vocês verão o nome dele nas telas da Globo).

  1. Como surgiu essa vontade de ser autor de novelas?

Sempre fui noveleiro desde criancinha e tinha pilhas de cadernos de novelinhas que escrevia baseada nas novelas que via na televisão e com minha família e amigos como personagens. Coisa de filho único que não tinha com quem brincar (risos).

  1. O que você fazia antes de se tornar roteirista?

Já fiz tanta coisa... fui funcionário público em minha cidade natal, Petrópolis, e depois me formei em Letras pela UFRJ. Exerci a profissão de professor de Português e Literatura durante alguns anos e me considero professor até hoje.

  1. Sabemos que essa é uma profissão muito competitiva e com pouco mercado. Qual caminho você percorreu para conquistar seus sonhos?

Comecei fazendo cursos livres de roteiro, desde cinema a novelas e séries. Maria Carmem Barbosa, Margareth Boury, Marcilio Moraes, Max Mallmann e Newton Cannito foram alguns de meus professores. Com esses cursos, pude aliar técnica à vocação natural que já tinha e que não bastava para se tornar um profissional. Aprendi muito com esses craques.


  1. Você está na Globo, o sonho de 9 entre 10 roteiristas, como conseguiu entrar na emissora?

Participando da Oficina de autores em 2010 e sendo um dos contratados ao final do curso.


Vitor (de boné) com seus colegas de trabalho em O Astro
  1. Qual o papel do colaborador na construção de uma novela? Vocês opinam? Trazem ideias?

Como o próprio nome já sugere, a função é sempre colaborar ao máximo com o autor, cujo trabalho é sempre exaustivo e hercúleo. Isso depende muito com quem se trabalha. Há autores que centralizam ao máximo e há outros mais abertos a contribuições e sugestões. Posso dizer que Alcides e Geraldo sempre se mostraram muito abertos às ideias que trazíamos e nos davam bastante liberdade para criarmos dentro da cena. Mas é importante ter em mente que você está ajudando a contar uma história que não é sua. O objetivo principal é atender à encomenda feita pelo autor, tentar se aproximar ao máximo de seu estilo e ser fiel à história contada por ele.

  1. Você já começou sua carreira em um produto de primeira linha, ao lado de um autor consagrado (Alcides Nogueira). Quais as lições tiradas desse trabalho?

Nossa, tantas...  Por mais cursos e oficinas que tenhamos, nada se compara à aprendizagem na prática. Além do aprimoramento do próprio ofício, Tide e Geraldo são grandes mestres e, além disso, deram lições de profissionalismo, companheirismo e ética, itens fundamentais para uma boa equipe. Não posso reclamar da sorte e posso dizer que minha pedra ametista brilhou intensamente. Foi um verdadeiro privilégio fazer parte desse “dream team” .

  1. O que você sentiu ao ver no ar a primeira cena que você escreveu?

Lógico que fiquei emocionado, embora o grande público não faça a menor ideia de que aquelas falas foram criadas por mim, foi a concretização de tudo aquilo que batalhei por anos.

  1. Se fosse pedido a você que fizesse um remake para o horário das 23h, qual novela gostaria de revisitar?

Adoraria trabalhar em remakes de novelas mais antigas, que o jovem público só conhece de fama como “Baila comigo”, “Dancing Days”, “Saramandaia”, “Fogo sobre Terra” e outros clássicos que precisam ser revisitados.

  1. Você já se acha preparado pra assumir uma novela como titular?

Claro que é meu grande sonho, mas há um caminho a se percorrer e nunca é bom queimar etapas. Acredito que minha hora vai chegar, mas são necessárias mais horas de voo. Há muito o que aprender ainda.

  1. Que tipo de personagem você mais gosta de escrever?

Adoro personagens femininos. Na maioria das vezes, são mais complexos e a emoção está sempre à flor da pele. Um carrossel de emoções como Clô Hayalla é um prato cheio para qualquer roteirista.

Ilustrando as páginas da revista Época
  1. Você escreve o blog “eu prefiro melão” que é uma aula sobre dramaturgia. Mas o que esse título tão diferente tem a ver com novelas?

Quando criei o blog, sinceramente achei que ficaria restrito aos noveleiros de carteirinha. Nunca pensei que tomaria a proporção que tomou, sendo acessado por pessoas de todas as partes do mundo. Por isso a referência do título é conhecida mais por noveleiros inveterados (risos). Foi a frase dita por Dom Lázaro Venturini (Lima Duarte) à sua enfermeira (Zilda Cardoso) após se recuperar de um derrame e ficar meses sem falar em “Meu bem meu mal” (1990). Nunca pensei que o melão me abriria tantas portas e fosse reconhecido por tanta gente importante. E uma novidade: em março ele vai virar livro. Quero todos no lançamento!

  1. Hoje todo mundo quer ser autor de novelas, que conselho você daria aos jovens sonhadores?

Ler, estudar, praticar, aprimorar, fazer contatos sempre. Vejo muitos jovens com aquela famosa “Síndrome de Cinderela” com uma sinopse de novela debaixo do braço acreditando que alguma emissora vá comprar sua genial ideia. Não é assim que funciona. É preciso fazer cursos, tentar escrever roteiros de curtas ou teatro, ou seja, calçar as sandálias da humildade e percorrer um caminho natural. Acredito no trabalho e na determinação acima de tudo.

  1. Já existe algum novo trabalho em vista? Pode falar alguma coisa sobre isso?

No momento estou trabalhando com pesquisa interna, mas daqui a pouco já sou chamado para algum novo projeto. Quando tiver alguma novidade, conto tudo! Obrigado pela oportunidade e parabéns pelo “Papel Mágico”. Adoro!

Valeu, Vitinho. Sucesso pra você, ou como dizemos no teatro: MERDA!
Ah, sigam a mim e ao Vitor no Twitter ( @vitorolive)


@aharomavelino


Comentários

André disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
André disse…
Eu tenho 15 anos e vou ser escrito de novela
Entrevista muio boa, interessantíssima. É bom ouvir pessoas que um dia foram como nós e que chegaram lá. Sucesso ao Vitor, sucesso ao blog e vamos que vamos...
Aharom disse…
Pois é, Alexandre, ainda podemos sonhar rsrsrsrs. Obrigado pelo comentário, querido.
Isaac Santos disse…
parabéns pelo entrevistado, Aharom... perguntas bacanas e respostas satisfatórias.

abraço!

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