EU SOU ESCRITOR. SERÁ?

E aí,

- Como a gente vira escritor? - perguntou o menino sentado na primeira fila.
- Não faço a mínima ideia... Acho que é uma coisa que acontece sem a gente planejar - eu respondi.

Esse diálogo aconteceu ano passado. Eu participava de um encontro com alunos que leram meu livro VIVER NÃO É PRECISO (sou fino, bem). E não era brincadeira, eu não sei mesmo como se tornar escritor; comigo (se é que sou escritor de verdade) foi mais ou menos assim:

Lá pelos anos 80 - não sou velho, hein? - assistindo à telenovela Vale Tudo, quis ser autor desse tipo de programa. No entanto, eu era apenas uma criança latino-americana, sem dinheiro no bolso, sem parentes importantes e morando no interior. Resultado: o sonho não se realizou. Anos depois, já na década de 90, comecei a escrever peças pra um grupo de teatro do qual fazia parte. Foram minhas primeiras experiências na escrita "literária".

Mais tarde, para me sustentar, virei professor de literatura e aí a coisa pegou: meus alunos odiavam ler (novidade). Eles associavam literatura a autores mortos ou coisas velhas. Para provar que a literatura podia ser divertida e atual, comecei a escrever contos para trabalhar em sala de aula. Tempos depois, juntei todos os contos e participei de um concurso literário. Nascia, assim, o meu livro citado lá em cima.

Foi dessa forma que comecei: escrevendo peças e um livro de contos que virou uma novela (não telenovela) juvenil. Esse ano, lanço outro livro AMORES POSSÍVEIS. Já o desejo de fazer roteiros de telenovelas continua na gaveta. Pois é, não sei como "se vira" escritor, mas sei que, quando a necessidade de escrever, de criar histórias, é tão grande quanto a necessidade de se alimentar, aí, penso, você é um escritor; mesmo que ninguém o leia.

Beijos
@aharomavelino

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