SÓ POR AGORA


Eles se beijaram. Aquele momento era único e exclusivo. Eram pernas, braços, bocas, línguas e suor... O cheiro, ah, o cheiro. Como era delicioso sentir aquele cheiro forte, másculo, marcante. Embriagados de paixão, deixaram seus corpos tremer. E tremeram. Uma descarga de eletricidade. Um desejo de morrer de prazer. Depois dos fogos, veio a calmaria. Os músculos relaxados.

Desgrudaram-se. Deitados, olharam-se nos olhos. Um passou a mão no rosto do outro. Uma tristeza profunda, aguda e cortante cobriu pele, carne, ossos e mente de um deles. Era a vida voltando ao normal. A certeza de que aquele momento, mágico e hipnótico, deveria ficar para trás.

- O que foi? - quis saber Marcelo. - Tá tudo bem contigo?

Ricardo não respondeu. Fechou os olhos e respirou fundo. Ele não tinha a coragem de Marcelo. Nunca tivera.

- Ei, Ricardo. Olha pra mim. Fala alguma coisa!

- Falar o quê? Prefiro ficar aqui curtindo esse momento... curtindo você, meu amor.

Marcelo sorriu e abraçou o companheiro.

- E aí? Vamos nos ver amanhã? - quis saber.

Ricardo fixou os olhos verdes de Marcelo.

- Não vai dar... amanhã prometi sair com minha esposa...

*******

Estava com saudade de escrever um continho pra vocês, amores. Beijos...
@aharomavelino


Comentários

Fred Chaves disse…
Muito bom! Mas ao mesmo tempo que o prazer da fruição estética do conto traz uma sensação boa, vem o pesar de saber não ser rara essa condição entre muitos homens...
Anônimo disse…
mt legal , esse conto e uma realidade em nosso mundo .
Aharom disse…
Adoro essa resposta aos contos. Bom é isso, sabermos que o mundo é plural, viva todos os diferentes.
jean carlos disse…
já passei por isso,é uóoooooooo..

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