A DOR À FLOR DA PELE

Olá,

Hoje em dia, ouvimos o tempo todo (ou lemos) alguém falar sobre bullying, uma forma de intimidação física e/ou psicológica sofrida por pessoas diversas, em especial, por alunos nas escolas.

O termo é novo, a palavra é nova, mas o ato é antigo. Vou confessar aqui algo que aconteceu comigo (pensei muito antes de escrever esse post, mas vamos lá).

No começo da minha vida escolar, da primeira até a quarta série, eu era perseguido constantemente por alunos maiores, levava cascudos, empurrões, era xingado, diziam que iam me “esfolar na saída”; tudo isso por uma única razão: eu era meio delicado demais, digamos assim. Foram anos duros, difíceis. Os professores ignoravam o fato e, com o tempo, eu parei de reclamar. Foi aí que descobrir a biblioteca. Lá havia sempre um funcionário da escola, então, eu comecei a me esconder naquele recinto. O que era ruim virou algo positivo: sem querer, eu descobrir que ler era interessante. Talvez, ali tenha começado minha carreira (caótica e amadora) de escritor.

Na quinta série, as agressões físicas pararam. De repente, outra forma de agressividade (não sei qual era pior) apareceu na minha vida: eu fui isolado pela turma. Ninguém me queria nos seus grupos de trabalho. Quando havia seminários, eu sempre me apresentava sozinho e dizia aos professores que aquilo se dava por opção minha – claro. Outra vez, vejo o lado positivo de tudo: eu aprendi (na marra) a falar na frente de outras pessoas, aprendi a declamar poesia e descobri que podia interpretar. Começava ali minha carreira de ator.

Hoje, sou solidário às vítimas do bullying (no meu livro AMORES POSSÍVEIS, eu trato do tema, também), sei pelo que essas pessoas estão passando, conheço a dor que eles estão sentindo (e, acreditem, ela é grande) e torço para que todos achem a salvação: agredidos e agressores (eles são uns coitados também). Torço para que, assim como eu, as vítimas sobrevivam. As artes me salvaram – a literatura primeiro, e o teatro depois. Mas confesso: não foi fácil. Aliás, nunca é.

Abraços
@aharomavelino 

Comentários

Raphael disse…
Bullying é mesmo um caso sério, demorou muito pra que ficasse nos holofotes. Creio que toda forma de preconceito é horrível e bullying não passa disso, preconceito puro.

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