Ele está no meio de nós!


Oi,

Em casa, de molho (fiz uma cirurgia), conversando com minha mãe, lembrei de alguns episódios do tempo de colégio. Episódios nada agradáveis, mas que foram importantes para que eu me tornasse quem eu sou hoje. Acho! Vou contar alguns aqui. Prontos? Eis o primeiro...

PS: a criança afetada da foto é só pra ilustrar a matéria. Não sou eu, ok? kkkkkk


CAPÍTULO 01
ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS


Quando minha irmã mais velha passou para a quinta série, meus pais decidiram deixar a pequena vila em que morávamos na zona rural de Unaí MG (ali, a escola só oferecia o ensino primário).
No dia em que eles foram fazer as matrículas da filharada na cidade goiana de Cabeceiras, eu fui junto. Minhas irmãs foram matriculadas em uma escola e eu fui colocado em outra. O motivo: minha mãe revelou à diretora que eu já lia e escrevia algumas palavrinhas (havia aprendido com minhas irmãs). A tal diretora recomendou que ela me levasse a outro colégio, pois lá havia uma turma para alunos mais “fortes”. Fomos até a escola, eu fiz uma provinha (lembro-me de um texto idiota sobre um boi que babava). Provado que eu já estava “quase” alfabetizado, fui matriculado na primeira série “A”, a turma dos mais avançados.
Primeiro dia de aula, foi uma alegria só. Pra mim, tudo era novidade. Mas a alegria durou pouco, logo percebi que não me entrosava com o resto da turma. Não que eu não quisesse, quem não queria eram meus coleguinhas. O tempo foi passando e eu fui ficando cada vez mais isolado. Terminava minhas “tarefinhas” quase sempre antes de todo mundo e ficava esperando pela próxima: quieto, calado e sentado no fundo da sala.
Um dia, uma colega mais corajosa, resolveu dizer a verdade: eles (os meus colegas de classe) não entendiam por que eu estava na mesma sala que eles, afinal ali estavam os filhos dos professores, da diretora, de alguns vereadores, do delegado e dos comerciantes da cidade. E eu? Eu era filho de quem? De uma dona de casa e de um ferreiro, ambos analfabetos! Eu não combinava com aquela turma, pois era pobre. E o pior: eu era estranho! Oi? Como assim estranho?
Pois é, levei mais um tempinho para descobrir o que aquela garota quis dizer com estranho. Na verdade, eu não era “estranho”, eu dava era muita pinta! E esse era mais um motivo para eu me colocar no meu lugar – um lugar bem longe daquela escola.
Mas para tristeza geral deles (o povinho da minha sala), eu continuei ali: no mesmo colégio, na mesma turma. E para sambar mais ainda, na mesma época, aos 7 anos, quis participar do concurso de talento da escola. Ganhei! Fazendo o quê? Imitando a Gretchen!
Num sou obrigado!!!

Beijos: @AharomAvelino

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