PERDEMOS NOSSA HUMANIDADE?
Olá, pessoas
Chegamos ao ano de 2017 cercados de modernidades e avanços tecnológicos. Nunca na História estivemos tão conectados quanto agora e isso tem sido bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque a informação viaja numa velocidade estonteante, ruim porque o ódio se espalha no mesmo ritmo e com ele vamos perdendo, dia após dia, um pouco da nossa humanidade.
Um bom exemplo de como estamos perdendo o bonde da civilidade é a enxurrada de absurdos que vimos neste momento com o anúncio da morte da ex-primeira dama Marisa Letícia, vítima de um AVC. Num momento de tristeza, é chocante ver pessoas comemorando a perda de um ente querido. Independentemente de posições políticas, o que se esperava de qualquer pessoa, com um mínimo de amor ao próximo, era solidariedade, ou pelo menos respeito.
Durante os dias em que ficou no hospital, dona Marisa recebeu algumas demonstrações de afeto evidentemente; no entanto, foi mais alvo do ódio daqueles que se autointitulam "cidadão de bem". Pessoas que adoram exibir seu "amor ao próximo", seu "temor a Deus" fizeram questão de espalhar mensagens de rancor, de deboche e sadismo sempre que havia alguma postagem sobre a mulher do ex-presidente Lula. E antes que me acusem de intolerância, trata-se de uma contestação: sempre que lia um comentário desumano sobre a saúde de dona Marisa, eu fazia questão de espiar o perfil da pessoa e era batata: 9 em cada 10 se diziam "seguidores do Cristo". Irônico é que tais pessoas não entenderam nada daquilo que o Cristo pregou.
Diante de uma notícia triste como essa (a perda de uma vida humana), seria interessante que fizéssemos uma autoanálise de nosso comportamento. Será que sou capaz de me colocar no lugar do outro? Será que sou capaz de sentir a dor alheia? Ninguém está aqui pedindo para que se morra de amores pela família Lula, ou que se feche os olhos para qualquer irregularidade que ela tenha cometido (embora ainda não se tenha provado nada). Não, não é isso. A reflexão que deveríamos fazer agora era: e se fosse minha esposa? E se fosse minha mãe? E se fosse meu filho? Será que eu gostaria de ver (ou ler) comentários comemorando sua partida? Embora pareça tarde, acredito que ainda dê tempo de resgatarmos nossa humanidade.
Aharom Avelino
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