LÁ E CÁ
Estava eu quieto no meu conto revendo a série americana Gilmore Girl (aqui no Brasil, tinha o infame nome de Tal Mãe, Tal Filha), e lá pelas tantas, a professora de balé de um grupo de meninas grita com uma aluna: "Fulana, abaixa esse saiote, tá pensando que tá onde? No Brasil?". Na hora, eu ri. Depois, pensando melhor, percebi que não é raro o Brasil ser retratado em filmes e seriados gringos como um paraíso sexual. É como, se aqui, nós andássemos sempre no cio. Acasalando aí pelas ruas da vida (alguns até fazem isso).
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Queer as Folk e a vida dos jovens gays |
E pensando um pouco mais, também cheguei a conclusão de que a culpa, em parte, é nossa. Nós brasileiros adoramos vender a imagem de que somos um povo sensual, de temos mulatas disponíveis para todos os gostos, de que todo brasileira é caliente, etc e tal. Mas será que somos assim mesmo? Será que somos "mudernos" e liberais em tudo? Ah, tá, sei...
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As lésbicas sensuais de The L Word |
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O beijo gay na novela argentina Botineras |
Acho que essa libertinagem que os brasileiros vendem para os estrangeiros é pura propaganda enganosa. Somos sensuais, sim; mas somos, mais ainda, puritanos. Quer um exemplo: nas novelas brasileiras (e em seriados também) o beijo gay é visto como um tabu, é assunto para se falar baixo, pois alguém pode ouvir e nos condenar ao fogo eterno. Enquanto isso, lá fora, eles já viraram essa página. Nos Estados Unidos seriados como The L Word e Queer as Folk (que retratam o universo gay com direito a beijos e outras cositas mais) já são uma realidade há tempos. Aqui mesmo do nosso lado, na Argentina, um dos maiores sucessos novelísticos dos nossos hermanos foi Botineras - uma novela que mostrava o romance entre dois jogadores de futebol (!).
Pois é, em matéria de modernidade, acho que a TV brasileira ainda tem muito o que aprender com os puritanos lá de fora.
Beijos. Fui.
@aharomavelino
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